Passagens e Marcas

sábado, 8 de agosto de 2009

Um comentário:

Unknown disse...: Gosto muito da música do André Sardet. Romantica e suave.
Este post está óptimo para esta manhã onde os pensamentos mais carregados nos torturam de inquietações.
Também estes momentos mais tristes o vento não leva. É uma cruz que tenho de carregar.
Desejo-lhe um bom Domingo e uma boa semana de trabalho.
Aqui por esta Zona ainda não há Gripe, mas pelo que ouvimos há-de chegar a nossa vez.; 9 de agosto de 2009 às 03:11

Postar um comentário

Quem sou eu

"Para a minha solidão vou,

Da minha solidão venho,

Porque para andar comigo

Me bastam meus pensamentos".

Lope de Vega

(1562-1635)

Em tibetano usa-se a palavra

NANGBA, que quer dizer

"pessoa de dentro".

É uma forma de descrever

aqueles que procuram

dentro de si

aquilo que buscam.

"Pessoas de dentro"

não estão buscando

refúgio em nada

que possa ser encontrado

do lado de fora: estão

procurando um sentido

existencial que só pode

ser encontrado internamente.

Tomo a liberdade de dizer

que sou uma dessas pessoas,

alguém que busca

dentro de si

um sentido verdadeiro

para o amor

e para a vida.

Esse blogger

NANGBA é para mim

e para vocês, meus amigos

de ideais e de sonhos. . .

"... porque eu sou

do tamanho

do que vejo

e não do tamanho

da minha altura"...

Alberto Caeiro

Abraço

Com a paixão que me vai no coração
ou na alma
que por ti suspira,
restam-me os meus beijos infindáveis
que mergulham no teu corpo,
a horas,
e a deshoras.
sem controle,
sem norte
e a desnorte
nem mais uma palavra.
apenas minhas mãos
que no teu corpo lavram
e não se levantam,
mas cantam,
uma poesia de amor,
nos nossos corpos suados,
amados.
duma paixão,
que fermenta,
e aumenta,
dia a dia.
mais sequiosa,
do nosso amor,
ardente.
no encontro e reencontro,
de repetições infindáveis.
em horas,
em dias,
em noites
que repetimos.
que amamos.
e que não acabamos.
mas repetimos
e repetimos,
sem cansaço.
quedando-nos,
por fim,
num abraço,
sem fim.
quase eterno,
porque terno,
e nosso.

Antonio Miguel
01.04.2009

Passagens e Marcas

O tempo tudo muda,
Transforma tudo o tempo:
Arrogância em humildade;
Juventude em vivências;
Trabalho em dignidade;
Luxúria em aparências...

Tudo passa e se transforma;
Tudo se transforma e passa...
Passagens de uma vida contingente,
Porque somos seres contingentes:
Vivemos, passamos...
Deixamos marcas pelos caminhos...

Marcas de vida e sonhos
Ficarão pelas estradas...
Muitas marcas já deixamos,
Tantas outras deixaremos
No tempo que que se esvai
E transforma passagens em marcas...

Sylvia Narriman Barroso

* Imagem de Alex Grey