quinta-feira, 19 de março de 2009

Soneto do Amor Total
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Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
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Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
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Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
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E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
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Vinícius de Moraes
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Um comentário:

Zica Cabral disse...

Ah o grande Vinicius de MOrais. Como ele tinha sempre a palavra mais simple mas mais certa para expressar os sues sentimentos. Conheci-o em Portugal em 1967 quando ele lá foi.Ouvi-lo declamar os seus poemas foi uma experiencia que eu nunca mais esqueci.
Um beijinho
Zica