segunda-feira, 3 de novembro de 2008

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POEMAS DA MADRUGADA
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MÃOS
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Mãos que se tocaram e se perderam.
Mãos de amor, de loucas esperanças.
Mãos que sonhos transportaram.
Mãos de enlevo, de mágicas lembranças.
Mãos de anseios, quentes e nuas
Procuram outras mãos - não as encontram.
Outras não há iguais às tuas...
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Sylvia Narriman Barroso
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AS ESTAÇÕES
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E abrindo a janela pela manhã
Vi o sol radiante iluminar
As curvas da montanha:
" O amor nasceu em mim!"
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- Bom dia, sol! Bom dia, aurora!
Flores perfumam os caminhos.
Gorjeia o sabiá no galho da laranjeira:
" O amor está em mim!"
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Canta, canta coração!
Canta o sol, o luar, canta o amor,
Que vibra no acme do encantamento!
" O amor pulsa em mim!"
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Entardece. Há folhas murchas nas estradas.
O rouxinol emudeceu...
Sinto tédio e desamor.
É hora de fechar a janela...
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Anoiteceu. Hoje não vi o luar.
Que acinte da natureza!
Faz frio na praia de Jauá.
Amanhã não abrirei a janela...
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Sylvia Narriman Barroso
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PENSAMENTOS DA MADRUGADA
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Não são os objetos externos que nos enredam. São os apegos internos que nos aprisionam.( Tilopa, iogue errante do século X)
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Não devemos tentar possuir uns aos outros, nem devemos nos tornar tão identificados ou apegados a qualquer coisa ( pessoa, pensamento, sentimento, carreira, meta ou objeto material) porque perdemos de vista a realidade - a relatividade e a natureza impermanente de tudo o que existe ( Buda).
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4 comentários:

Unknown disse...

Bom dia
Não tenho palavras para transmitir um agradecimento completo do que me disse naqueles pensamentos de guerra e revolta.
O importante é egoista
O exportante é altruista
Os mercenários....Bem haja

Os seus poemas estão lindos e transmitem aquilo que todos sentimos nestas manhãs calmas e frias em que os nossos pensamentos voam e se cruzam na busca de respostas ou na contemplação da vida e de uma natureza que nos fala de Deus através dos passarinhos ou mesmo das flores.

As mãos são maravilhosas

Unknown disse...

Sylvia,
gostei tanto do seu poema sobre as mãos que me pus a escrever qualquer coisa sobre estas e essas mãos e todas as mãos.
Saiu aquilo que viu. Não sei se gostou.
Deus deu-me estas mãos que procuro usar o melhor possivel.
Já viu como são maravilhosas?
Quantas mãos hoje e agora.
poderiamos recordar com saudade, com carinho, com ternura.....

Anônimo disse...

É! O que eu pobre mortal pode dizer desses dois poemas maravilhosos?

Não sei ou sei? A vida é de aprendizados, quiçá, agora, as pessoas embutidas nos dois belíssimos poemas não se reencontrem?

Torço que sim!

Pelo visto em Jauá continua fazendo frio. Sim, as mãos não há...

bjs
N

O Sibarita disse...

Sylvia, já foi ler Tsunami no Sibarita?

bjs
N