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POEMAS DA MADRUGADA
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MÃOS
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Mãos que se tocaram e se perderam.
Mãos de amor, de loucas esperanças.
Mãos que sonhos transportaram.
Mãos de enlevo, de mágicas lembranças.
Mãos de anseios, quentes e nuas
Procuram outras mãos - não as encontram.
Outras não há iguais às tuas...
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Sylvia Narriman Barroso
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AS ESTAÇÕES
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E abrindo a janela pela manhã
Vi o sol radiante iluminar
As curvas da montanha:
" O amor nasceu em mim!"
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- Bom dia, sol! Bom dia, aurora!
Flores perfumam os caminhos.
Gorjeia o sabiá no galho da laranjeira:
" O amor está em mim!"
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Canta, canta coração!
Canta o sol, o luar, canta o amor,
Que vibra no acme do encantamento!
" O amor pulsa em mim!"
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Entardece. Há folhas murchas nas estradas.
O rouxinol emudeceu...
Sinto tédio e desamor.
É hora de fechar a janela...
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Anoiteceu. Hoje não vi o luar.
Que acinte da natureza!
Faz frio na praia de Jauá.
Amanhã não abrirei a janela...
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Sylvia Narriman Barroso
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PENSAMENTOS DA MADRUGADA
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Não são os objetos externos que nos enredam. São os apegos internos que nos aprisionam.( Tilopa, iogue errante do século X)
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Não devemos tentar possuir uns aos outros, nem devemos nos tornar tão identificados ou apegados a qualquer coisa ( pessoa, pensamento, sentimento, carreira, meta ou objeto material) porque perdemos de vista a realidade - a relatividade e a natureza impermanente de tudo o que existe ( Buda).
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4 comentários:
Bom dia
Não tenho palavras para transmitir um agradecimento completo do que me disse naqueles pensamentos de guerra e revolta.
O importante é egoista
O exportante é altruista
Os mercenários....Bem haja
Os seus poemas estão lindos e transmitem aquilo que todos sentimos nestas manhãs calmas e frias em que os nossos pensamentos voam e se cruzam na busca de respostas ou na contemplação da vida e de uma natureza que nos fala de Deus através dos passarinhos ou mesmo das flores.
As mãos são maravilhosas
Sylvia,
gostei tanto do seu poema sobre as mãos que me pus a escrever qualquer coisa sobre estas e essas mãos e todas as mãos.
Saiu aquilo que viu. Não sei se gostou.
Deus deu-me estas mãos que procuro usar o melhor possivel.
Já viu como são maravilhosas?
Quantas mãos hoje e agora.
poderiamos recordar com saudade, com carinho, com ternura.....
É! O que eu pobre mortal pode dizer desses dois poemas maravilhosos?
Não sei ou sei? A vida é de aprendizados, quiçá, agora, as pessoas embutidas nos dois belíssimos poemas não se reencontrem?
Torço que sim!
Pelo visto em Jauá continua fazendo frio. Sim, as mãos não há...
bjs
N
Sylvia, já foi ler Tsunami no Sibarita?
bjs
N
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