Poema da Madrugada
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Cosmogonia
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No acme do encantamento,
Na efervescência do ser,
Pulsa o coração da mulher
E abre, fremente, a janela.
Airosa está a noite,
Cúpida, etérea e bela.
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Cosmonauta nesse universo
De estrelas, sol e lua,
Solta os grilhões do alcácer
E abre, feliz, a janela.
Alma leve, livre e nua,
Fita o céu, olha a rua.
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E a rua é o desalento,
Desprovida de dulçor,
Bruma densa e sem vento,
Nos caminhos, desamor.
Fita o céu, olha a rua
A mulher, leve e nua.
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Céu, sonho, seu amor
Ardente, fecundo, fagueiro,
Luz que alumia a rua,
Porto, cais e veleiro,
Do coração cosmogonia,
Estrela, sol e lua...
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Sylvia Narriman Barroso
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