terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Quantum


Teu corpo é a minha natureza
onde celebro as horas
em silêncio
tateando o rumor de arrepios.

Minhas mãos galhos ritmados
ventos da ventura
em tua pele
embalando folhas
na ponta dos dedos

Da umidade dos poros
pequenas vertentes afloram
lagos lacrimados de sal
que a minha língua morde.

Sob a fronde do arbusto
a sombra do desejo se abriga
fruta rubra oferecida
paisagem
colhida e recolhida
estremeço por inteiro
e o céu me interroga:

“Quantos grãos da clepsidra? “

Anibal Beça

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