The tree of forgiveness
Sir Edward Burne Jones
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Ferreira Gullar
Um comentário:
Tantas partes que somos, fazemos e queremos ser e acontecer.
Tantas, tantas que não somos nem queremos.......
Fios da vida que nos ligam e desligam
Beijinhos deste canto português
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